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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A hemorragia pós-parto é a principal causa de morbimortalidade materna. Apesar dos tratamentos disponíveis, o potencial fértil da mulher pode ser colocado em causa. As suturas uterinas de compressão representam uma terapêutica conservadora do útero. Assim, revimos os tipos de suturas uterinas de compressão para compreender quando devem ser uma opção terapêutica.
Material e Métodos: Foi realizada pesquisa na MEDLINE e PubMed com os termos ‘postpartum haemorrhage’ e ‘uterine compression sutures’ separados e em conjunto. Os resultados foram revistos e os artigos de revisão ou descrevendo casos clínicos de suturas uterinas de compressão foram selecionados.
Resultados: Em 1997, B-Lynch et al descreveu pela primeira vez as suturas uterinas de compressão para tratamento da hemorragia pós-parto. Desde aí, publicações de diferentes tipos de suturas uterinas de compressão, com registo de casos bem-sucedidos, têm sido publicadas. A maioria reporta taxas de sucesso acima de 75%, com preservação da fertilidade, existindo vários casos de bom desfecho obstétrico posteriormente descritos. As complicações associadas são raras.
Discussão: A evidência acerca do uso de suturas uterinas de compressão é limitada pela qualidade dos artigos existentes que incluem apenas pequenas séries de casos ou descrições de casos isolados. Apesar disso, tem sido reconhecido o seu potencial enquanto estratégia conservadora no controlo da hemorragia pós-parto devido a atonia uterina, sendo recomendado o seu uso, se possível, antes de realizar histerectomia.
Conclusão: Em situações de hemorragia pós-parto, as suturas uterinas de compressão são eficazes, seguras e simples de realizar, preservando o potencial reprodutivo.