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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: Após uma campanha de vacinação em larga escala contra a COVID-19 é importante avaliar o nível de anticorpos anti-SARS-CoV-2 na população. O objetivo deste estudo foi estimar a taxa de seroprevalência dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 adquiridos após infeção ou vacinação na população portuguesa.
Material e Métodos: O Inquérito Serológico Nacional COVID-19 (terceira fase ISN3COVID-19) é um estudo epidemiológico transversal de âmbito nacional que foi desenvolvido numa amostra de 4 545 residentes em Portugal com idade igual ou superior a um ano recrutados entre 28 de setembro e 19 de novembro de 2021. Procedeu-se à deteção de anticorpos IgG contra a proteína da nucleocápside e contra a subunidade 1 da proteína da espícula (anti-S) em amostras de soro usando os ensaios quimioluminiscentes de micropartículas (Abbott). As estimativas de seroprevalência foram estratificadas por grupo etário, sexo, região e presença de doenças crónicas. As medianas e os respetivos intervalos de confiança de 95% foram usados para descrever a distribuição de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 em subgrupos populacionais.
Resultados: A taxa de seroprevalência total de SARS-CoV-2 foi de 86,4% (IC 95%: 85,2% a 87,6%). Uma maior taxa de seroprevalência foi estimada para mulheres (88,3%) entre os 50 e os 59 anos (96,5%) e naquelas que reportaram ter duas ou mais doenças crónicas (90,8%). Uma concentração de IgG (anti-S) mais elevada foi observada em indivíduos vacinados com a dose de reforço (mediana = 12 601,3 UA/mL; IC 95%: 4127,5 a 19 089,1).
Conclusão: Verificou-se um aumento significativo na seroprevalência de SARS-CoV-2 após a campanha de vacinação em Portugal. É importante continuar a monitorizar a distribuição de anticorpos específicos contra SARS-COV-2 ao nível da população para informar futuras políticas de saúde pública.