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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: O cancro de cabeça e pescoço continua a ter um impacto considerável quer para o doente quer para os sistemas de saúde a nível mundial. Uniformizar os cuidados de saúde prestados a estes doentes, através da medição sistemática de indicadores estabelecidos, é fundamental para a melhoria contínua dos resultados em saúde. O objetivo deste estudo foi estabelecer um conjunto relevante de indicadores de resultados para o cancro de cabeça e pescoço e identificar ferramentas de medição e respetivos requisitos para a sua realização.
Material e Métodos: Através de uma revisão exaustiva na literatura, obteve-se uma lista inicial de potenciais indicadores de resultados para o cancro de cabeça e pescoço. Um comité científico e dois grupos de trabalho regionais trabalharam em colaboração para reduzi-la por forma a obter um conjunto de indicadores ajustado à sua prática clínica. Esta lista foi depois avaliada por um representante de uma associação de doentes de cancro de cabeça e pescoço alcançando-se um conjunto final de indicadores.
Resultados: Da revisão literária, um total de 164 indicadores foram identificados abrangendo as dimensões de case-mix, resultados e eventos adversos. Estes foram, posteriormente, reduzidos a um conjunto de 79 indicadores pelo comité científico e divididos em sete categorias, incluindo demografia, estado clínico, parâmetros relacionados com o tumor, estado nutricional, tratamento, parâmetros de saúde e qualidade de vida, e sobrevida. Subsequentemente, essa lista foi ainda encurtada para 50 indicadores, pelos grupos de trabalho regionais, e reduzida para 49 indicadores pela avaliação final do comité científico. Por fim, os indicadores discutidos foram avaliados por um representante da associação de doentes, que acrescentou a categoria, ‘reabilitação’, parâmetro fundamental para estes doentes.
Conclusão: Um conjunto inicial de indicadores de resultados para cancro de cabeça e pescoço foi definido com o objetivo de padronizar a prática clínica a nível nacional e identificar as ferramentas de medição e os requisitos necessários para os medir. Este conjunto de indicadores deve ser continuamente melhorado e adotado de forma consistente nos diferentes contextos clínicos a nível nacional.