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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A salmonelose representa um desafio do ponto de vista sanitário, social e económico, tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvidos. Nos últimos anos, em Portugal, a maioria das infeções por Salmonella foi reportada em crianças com menos de 15 anos. O objetivo principal deste estudo foi caracterizar, do ponto de vista epidemiológico, microbiológico e clínico, os casos de isolamento de Salmonella em crianças.
Material e Métodos: Estudo descritivo com análise retrospetiva dos casos de salmonelose em idade pediátrica, no período compreendido entre janeiro de 2015 e julho de 2020, num Hospital Português de nível II.
Resultados: A população incluiu 63 doentes, dos quais 81% eram portugueses. A origem étnica foi identificada em 13 crianças, sendo a maioria africana. A idade média de diagnóstico foi quatro anos (3,5 - 9 anos). Apesar do reduzido número de casos por ano no nosso estudo (11), um terço destes foi suficientemente grave para necessitar de hospitalização e 13% dos pacientes foram tratados com antibióticos. Em 63% dos isolamentos identificou-se o serotipo: Salmonella Enteriditis (38%), Salmonella Typhimurium (22%) e Salmonella Typhi (3%). As taxas de resistência aos antibióticos foram de 19% para ampicilina e 6,4% para amoxicilina-ácido clavulânico e cotrimoxazol. Não se identificaram resistências às cefalosporinas de terceira geração.
Conclusão: Com os resultados obtidos pretendemos melhorar o conhecimento sobre as salmoneloses em Portugal e consequentemente as estratégias de prevenção, tratamento e notificação. Embora a incidência de salmonelose tenha vindo a diminuir nos últimos anos, estas são a segunda causa mais frequente de infeção gastrointestinal na União Europeia, contribuindo para uma importante taxa de hospitalizações e de uso de antibióticos em Portugal.
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