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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A informação sobre os tratamentos pan-genotípicos da hepatite em Portugal é escassa. Pretendeu-se avaliar a efetividade e segurança do glecaprevir+pibrentasvir (GLE/PIB) para tratamento da infeção por vírus da hepatite C (VHC), na prática clínica habitual em Portugal.
Métodos: Estudo prospetivo observacional em seis hospitais, com 121 adultos com hepatite C que iniciaram GLE/PIB entre outubro 2018 e abril 2019, conforme a prática clínica habitual. Os doentes elegíveis tinham infeção por VHC de genótipo (GT) 1 a 6, independentemente de ter ou não cirrose compensada e tratamento prévio. Os dados sociodemográficos e de segurança foram descritos para a população total (N = 115). As taxas de resposta virológica sustentada às 12 semanas (RVS12) foram apresentadas para a população com seguimento completo (n = 97).
Resultados: A maioria dos doentes eram homens (83,5%), < 65 anos (94,8%), consumo atual ou anterior de álcool (77,3%) e de substâncias ilícitas (72,6%), e infeção VHC adquirida por agulha contaminada/uso de substâncias intravenosas (62,0%); 22,6% era co-infetado com VIH. A prevalência de GT1 foi de 51,3%, GT2 1,7%, GT3 30,4%, GT4 16,5% e GT5,6 0%. A maioria não tinha cirrose (80,9%) nem tratamento prévio (93,8%). As taxas de RVS12 foram de 97,9% (IC de 95%: 92,8 - 99,4) no geral e > 95% nos subgrupos com cirrose, GT3, uso de substâncias ilícitas, alcoolismo e tratamento prévio. A taxa de eventos adversos foi de 2,6% e nenhum doente interrompeu o tratamento devido a eventos adversos. A qualidade de vida, produtividade e fadiga melhoraram após tratamento.
Conclusão: Em linha com outros estudos, o tratamento com GLE/PIB mostrou alta eficácia e tolerabilidade, no geral e por subgrupos de doentes de difícil tratamento (ClinicalTrials.gov: NCT03303599).
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