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Revista Científica da Ordem dos Médicos
O suicídio é uma das principais causas de morte na adolescência a nível global, sendo a depressão, que é a perturbação psiquiátrica que mais frequentemente cursa com ideação suicida, uma das principais causas de doença e incapacidade nesta população. A deteção, abordagem e encaminhamento de situações de risco por parte dos médicos de Medicina Geral e Familiar permite reduzir o risco de suicídio na adolescência. Este protocolo foi criado no âmbito da articulação entre o Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental da Infância e da Adolescência e os Cuidados de Saúde Primários da Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental e tem como objetivo sistematizar e operacionalizar a abordagem de adolescentes com ideação suicida nos cuidados de saúde primários, potencializando a deteção precoce e a intervenção adequada ao nível de risco. Este protocolo apresenta definições de conceitos necessários à correta caracterização de ideação suicida e propõe uma abordagem ao risco de suicídio que engloba a avaliação e caracterização da ideação suicida e a avaliação do risco de passagem ao ato. A avaliação do risco de suicídio culmina com a tomada de decisão sobre o encaminhamento e o tratamento do adolescente, que pode consistir no encaminhamento imediato para o serviço de urgência, num pedido de consulta de Psiquiatria da Infância e da Adolescência ou na marcação de consultas de Medicina Geral e Familiar mais frequentes para reavaliação e encaminhamento para consulta de Psicologia, de acordo com o risco observado. São apresentadas recomendações relativas à intervenção em crise e tratamento de comorbilidades identificadas. A deteção e tratamento precoce de doenças psiquiátricas, a intervenção nos fatores de risco e a restrição de acesso de métodos de suicídio, destacando-se o acesso a medicação, destacam-se como eficazes medidas de prevenção do suicídio na adolescência.